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MIASTENIA GRAVE

O que é miastenia grave?

     A miastenia grave é a doença mais comum da junção neuromuscular. Essa nada mais é que a região onde se dá o encontro entre o neurônio e a célula muscular. O sinal nervoso atravessa tal porção e faz com que o músculo execute a atividade para qual foi designado. Essa transmissão do impulso neuronal é mediada por substâncias chamadas de neurotransmissores. E, no caso, o responsável por tal tarefa é a acetilcolina. Na miastenia grave, anticorpos são criados  e esses atuam bloqueando a entrada da acetilcolina na célula muscular. Ou seja, inutilizam os receptores do neurotransmissor impedindo que esse ative a célula muscular. É uma doenca auto imune. Existe relação direta entre tumores do timo e miastenia. Geralmente, essas lesões expansivas induzem a produção de anticorpos contra as proteínas musculares.

Observe a acetilcolina (bolinhas amarelas) saindo do neurônio e indo em direção aos receptores musculares (verde). Os anticorpos criados na Miastenia Grave (roxo) unen-se aos receptores impedindo a ligação com a acetilcolina.

Clínica e diagnóstico da miastenia grave

     Os sintomas característicos são fraqueza e fadiga muscular intermitente. Podem ocorrer ptose palpebral, diplopia ou visão dupla, disfagia e fraqueza respiratória. Quando ocorre comprometimento do diafragma, pode se dar grave problema da respiração. Tal situação é chamada de crise miastênica

     O diagnóstico é dado por exames laboratoriais. Inicialmente deve ser feita a dosagem do anticorpo de ligação ao receptor de acetilcolina (presente em 85% dos casos). Esse, estando elevado, confirma-se o diagnóstico. Se o teste for negativo deve-se solicitar o anticorpo modulador de acetilcolina. Se negativo, passa-se ao anticorpo contra a creatina musculoesquelética (anti - MUSK). Eletroneuromiografia com estimulação elétrica repetitiva pode auxiliar no diagnóstico. Caso tal exame seja normal pode-se solicitar a eletroneuromiografia de fibra única.

Tratamento da miastenia grave

   O tratamento medicamentoso pode se dar de duas maneiras : controle sintomático ou imunossupressão para reduzir o nível de anticorpos. O primeiro pode ser feito através de fármacos como a piridostigmina e neostigmina ambos inibidores da colinesterase. Já o segundo estilo de tratamento pode ser feito através do uso de corticóides, imunossupressores (azatioprina ou ciclosporina) e timectomia. Inclusive, por o timo ser formador de anticorpos muitos profissionais recomendam sua retirada em pacientes com menos de 60 anos em todos os casos de miastenia. O prognóstico é favorável com a terapia medicamentosa.

Rafael Oliveira - Médico Neurocirurgião e Cirurgia de Coluna

Porto Alegre - RS

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